Transcrição do programa Roda Viva de 23/12/1996. Acesso em 14/07/2019. "Eu acho que passei a ter uma visão muito natural da morte. Ela, para mim, não está associada a nenhum fato extraordinário. Eu não tenho nenhuma expectativa, não faço especulação sobre o além. Se ele existir, para mim vai ser uma tremenda surpresa. Aí eu vou encontrar com o Henfil, com o Chico, eu vou saber quem está no céu, quem está no inferno, que vai ser um prazer... Aí eu vou fazer a lista completa. Mas isso não é uma coisa que me preocupa. Eu não me preocupo em provar que exista ou não exista Deus. Acho que a vida é que é a coisa fundamental, viver é que é fundamental, e só existe mudança enquanto existe vida. Para mim a morte é o fim da mudança."
Transcrição do programa Roda Viva de 23/12/1996. Acesso em 06/08/2016. "(...) eu já fui católico apostólico romano durante oito anos, de comunhão diária. E eu acho que já fiz todas as confissões e todas as comunhões que um homem tem direito a fazer. Mas, houve um momento em minha vida que a estrutura religiosa foi minada por um psiquiatra louco. Eu estava fazendo um tratamento e ele virou para mim, interpretando um sonho, e disse: “você tem uma fixação com Cristo”. Eu falei: “claro, eu sou da Ação Católica, toda pessoa da Ação Católica está fixada com Cristo” e ele falou assim: “é, mas o Cristo é uma figura ambígua, ele é homem, mas se veste de mulher. Ele é homem, mas tem cabelos compridos” e eu falei: “ih, danou tudo”. Nesse momento, a minha estrutura religiosa tradicional todinha caiu por terra, ruiu e com isso desapareceu o problema da existência ou não existência de Deus."